Isofix

Isofix é um padrão internacional de fixação de cadeirinhas infantis (CRS) para automóveis, camionetas e utilitários. Se regula pela norma ISO 13216-1:1999.

Descrição

O sistema consiste em duas âncoras soldadas ou aparafusadas à estrutura da carroçaria ou do assento traseiro – entre o banco e o encosto, nas quais é engatada a cadeirinha mediante ganchos.[1] Pode haver uma terceira âncora no teto, na parte posterior do encosto, no assoalho do porta-malas, unidas à cadeirinha por um tirante, ou como haste regulável em altura na frente do banco traseiro. Nos EUA existe um padrão parecido chamado LATCH e em Canadá, UAS ou Canfix.

História

Em 1996 Volkswagem pediu para a empresa Britax Römer (especialista em sistemas de segurança infantis) devenvolver um sistema de retenção infantil para o VW Golf IV. No ano seguinte é apresentado o Isofix no salão de Frankfurt.[2] O sistema nasceu como uma resposta às limitações dos sistemas de segurança da época, mais concretamente para controlar o efeito chicote nas batidas frontais e o deslocamento lateral nas batidas laterais. Deve ser levado em conta que mesmo estando o cinto bem ajustado ao corpo, pode-se criar um folga grande entre ele e a cadeirinha. As normas norte-americana e europeia fizeram com que os fabricantes se preocupassem mais pela segurança infantil. Além disso, o Euro NCAP e o IIHS norte-americano evidenciaram a insuficiência dos sistemas de retenção infantil nos seus testes e encorajaram as partes envolvidas a melhorar ditos sistemas.

Adequação aos diferentes grupos de idade

O padrão é plenamente eficaz para os grupos 0 e 0+(até 13 kg) e I (9/18 kg), nos quais um cinto de 5 pontos da própria cadeirinha segura a criança. Já nos grupos II (15/25 kg) e III (22/36 kg), são utilizados os cintos de três pontos do carro para segurar as crianças – os cintos de dois pontos não são permitidos – e as âncoras só servem para fixar assento infantil. Ditos cintos foram desenvolvidos de acordo com as características dos adultos, por isso é preciso fazer uns ajustes para evitar que possam ferir a criança em caso de acidente. Para adaptar os cintos, podem-se usar mecanismos para adequar sua altura ao ombro. Na zona abdominal, empregam-se coxins laterais.[3]

Aperfeiçoamento do sistema

Os fabricantes buscam como resolver as limitações dos grupos II e III. A Britax Römer, por exemplo, desenvolveu o modelo II KIDFIX XP. Ele utiliza, entre outras soluções, uma roda para a regulagem da altura do encosto de cabeça e um tirante na zona inguinal pelo qual passa o cinto do veículo, evitando que possa causar danos internos aos órgãos. Além disso, os ganchos de engate têm uma peça semielástica para impedir o efeito “submarino”. Este problema pode acontecer nas cadeiras seguradas com o cinto do veículo por causa da rotação da garra, que faz com que a cadeirinha afunde levemente na frente, criando um plano inclinado pelo qual a criança pode escorregar. A peça semielástica consegue manter a cadeira no plano horizontal, elongando-se controladamente.[4]

Ancoragens isofix
Garra fixada na ancoragem

Normativa

ECE R44. Primeira norma europeia, criada em 2004. Ela foi a base para a aparição dos primeiros veículos com Isofix em 2007.

FMVSS 225. Normativa norte-americana para sistemas de retenção. Obriga a equipar com LATCH os novos projetos ou carros desde 2002.

RESOLUÇÃO Nº 518 DE 29 DE JANEIRO DE 2015 – COTRAM.[5] Desde 2018, se aplica no Brasil aos novos projetos de veículos nacionais ou importados, exigindo que estejam equipados com Isofix. É equivalente às normas norte-americana e europeia. A partir de 2020 a obrigatoriedade se estende a todos os veículos.

NORMATIVA R129.[6] Mais conhecida como i-Size, é a norma europeia mais recente, que vigora desde 10 de junho de 2014. Ela é bem mais exigente do que a ECE R44, com a qual convive até 2018, ano em que ficará apenas a i-Size. Entre as novidades desta normativa destacam-se quatro medidas para melhorar a segurança:

  • que as cadeiras se adaptem à criança segundo a sua estatura e não o peso, como até agora;
  • que todas as cadeiras se afixem por meio do sistema de ancoragem ISOFIX;
  • que as cadeiras permitam às crianças viajar de costas até a idade mais avançada possível;
  • que as cadeiras passem por um teste específico de batida lateral.[7]

Ver também

Referências

  1. «Road vehicles — Anchorages in vehicles and attachments to anchorages for child restraint systems — Part 1: Seat bight anchorages and attachments». ISO. 1999. Consultado em 13 de fevereiro de 2018 
  2. https://www.autobild.es/reportajes/isofix-cumple-20-anos-seguro-que-hay-muchas-cosas-que-todavia-no-sabes-175256
  3. https://www.euroncap.com/es/seguridad-en-los-veh%C3%ADculos/glosario/
  4. https://www.matiasmasso.es/blog/2013/03/el-efecto-submarino-en-las-sillas-auto-del-grupo-iiiii-con-isofix.html
  5. «RESOLUÇÃO Nº518 DE 29DE JANEIRODE 2015» (PDF). Ministério da Infraestrutura do Brasil. 29 de janeiro de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2020 
  6. «Regulamento n.o129 da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) — Prescrições uniformes relativas à homologação de dispositivos de retenção para crianças a bordo de veículos a motor («Sistemas de Retenção para Crianças»)». EUR-Lex. 29 de março de 2014. Consultado em 27 de janeiro de 2020 
  7. http://blog.thebabyhouse.es/?p=11191

Ligações externas

  • Sítio oficial Latin NCAP
  • Sítio oficial Euro NCAP
  • https://infraestrutura.gov.br/resolucoes-contran.html
  • https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:42018X0629&from=ES
  • https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=OJ:JOL_2015_218_R_0004&from=PT
  • https://www.unece.org/fileadmin/DAM/trans/doc/2017/wp29/ECE-TRANS-WP29-2017-133e.pdf
  • v
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